
Nossa História
A primeira manifestação do protestantismo em Campos foi verificado no ano de 1874, trinta e nove anos depois da fundação da cidade. Em 14 de Junho daquele ano, o barco à vapor «Gerente» trouxe a Campos o primeiro pastor protestante, Candido Joaquim de Mesquita, prebisteriano, para evangelizar na região, conforme noticiou o Jornal Monitor Campista em seu nº 68. Candido Joaquim realizou um culto no prédio nº 56 da rua do Sacramento, residência do Dr. Canto Coutinho, no dia 18 de Junho. A realização de um culto protestante num local de fé predominantemente católica, não foi apreciado por algumas pessoas, que chegaram a apedrejar o local durante o culto, quebrando as vidraças, pelo que o Dr. Canto não permitiu que continuassem as pregações em sua casa. O culto passou a ser feito então no prédio nº 41 da mesma rua.

Rev. Alexander Latimer Blackford

Rev. Modesto Carvalhosa e Família
Em 11 de Outubro de 1864 vieram a Campos os pastores Miguel Vieira Ferreira e o norteamericano Alexander Latimer Blackford, que fizeram pregações no antigo Theatro Empyreo. Esses três primeiros pregadores da doutrina então desconhecida dos campistas, vieram por convite de alguns ingleses e norte-americanos que aqui moravam e dos que trabalhavam nas construções da estrada de ferro Macaé-Campos e da Ponte sobre o Rio Paraiba
Em 26 de Junho de 1875 o pastor Mesquita passou a fazer suas pregações na casa nº 147 da rua do Rosario. Foi portanto ele quem efetivamente trouxe o protestantismo para Campos, pois foi quem primeiro pregou o evangelho por aqui, já que os anglicanos, luteranos e presbiterianos que aqui moravam não praticavam, anteriormente, o culto das suas crenças.
Em Agosto de 1875 chega em Campos outro pastor, o português Modesto Perestrello Bastos Carvalhosa, que começou a pregar na rua do Rosario nº 161, mudando depois o culto, em Novembro, para a Praça do Imperador, em um dos prédios novos de Saturnino Braga. Neste ano pregou também o pastor Blackford.
Organização da Igreja
Antes de se chamar Igreja Presbiteriana de Campos (conhecida também como Igreja Presbiteriana Central), era conhecida como Igreja Evangélica Presbiteriana de Campos e foi organizada no dia 11 de Março de 1877 pelo rev. A. L. Blackford, por ordem do Presbitério do Rio de Janeiro. Funcionava no prédio nº 4 da rua do Mafra. Em Junho de 1878 esteve aqui o pastor norte-americano M. Haylett. Naquele tempo permitia-se a organização de igrejas com numero reduzido de membros. A organização da Igreja se deu então com os seguintes irmãos:
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Margaret Murray
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Henry Spittle
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Domingos Moreira Roque
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Anna Moreira Roque
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José Francisco de Campos Junior
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Joaquim Pereira Barbosa Cabral
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Generosa Emiliana de Mattos
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Henriet Purcel Doerty
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Maria de Castro Carvalhosa
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Maria Angelica Perestrello Carvalhosa
O pastor Carvalhosa trabalhou bastante pela sua denominação, fazendo várias reuniões, primeiramente na rua 7 de Setembro nº 78, depois na rua do Mafra nº 7, onde realizou vários casamentos de católicos devido ao impedimento desses casais se casarem em suas igrejas. Depois de um tempo, pastoreou a igreja F. J. C. Scheider, norte-americano que sofreu grande oposição dos crentes da época, tendo que abandonar o pastorado, sendo substituído pelo pastor Manoel Menezes. Em 1889 ficou na direção da igreja John M. Kyle, em seguida Thomaz Porter, Samuel Barbosa, J. B. Kolb, Franklin do Nascimento, Laudelino de Oliveira, André Jensen, Henrique Louro, Firmino Miguez e Silas Ferraz. Os três primeiros pastores e o pastor Kolb residiram em Campos. Os demais, residindo fora, visitavam raramente a congregação campista.
Depois das ultimas visitas de Kolb, a igreja, abandonada por mais de 10 anos, desaparecia aos poucos. Ao ser organizada a denominação Batista pelo pastor Salomão Ginsburg, a igreja Presbiteriana praticamente estava extinta. Quem recomeçou o trabalho foi o dr. Thomaz Porter, em Dezembro de 1907. Depois da reorganização, sem visitas pastorais, sem pastores residentes, a igreja não progrediu.
Uma nova fase
A fase moderna da igreja Presbiteriana, que experimentou grande crescimento, data do pastorado de Armando Ferreira que aqui residiu de 18 de Abril de 1926 a 24 de Abril de 1928. Em 30 de Março de 1929 veio para Campos o pastor Benjamin L. A. Cesar. Quando chegou a Campos no dia 30 de junho de 1928, aos 26 anos, encontrou um quadro desolador: uma igreja organizada desde que só tinha 42 membros, divididos em dois grupos que se antipatizavam. Benjamim sonhou em evangelizar todo este vasto campo que lhe foi entregue pelo presbitério do Rio de Janeiro e estava sempre atento a qualquer porta que se abrisse, aproveitando todas as oportunidades para expandir o trabalho do Reino. Entre os trabalhos abertos por Benjamim na Igreja de Campos encontramos: Turfe Clube, Caju, Parque Guarus, Santa Cruz, Travessão de Campos, Parque Aurora, Tapera, Ururaí, Praça João Pessoa, Cardoso Moreira, Cachoeirinhas, Italva, Itaperuna, Muriaé, Congregação do Carvão, Juiz de Fora, escola dominical de Ubá, Congregação de Piraúba e Sossego do Imbé, entre outros.

Depois da rua Mafra, os cultos passaram a ser realizados no prédio nº 57 da rua Barão do Amazonas, posteriormente nos prédios 47 e depois 43. A igreja comprou da Maçonaria aquele prédio que hoje está transformado em vistoso templo, traçado pelo engenheiro Dr. Julio Barcellos.
A denominação pretendia construir seu templo de grandes proporções num vasto terreno que adquiriu na Avenida 15 de Novembro; já em 1875 os presbiterianos pretenderam fazer um grande templo, chegando mesmo a adquirir e começarem a construir um edifício até a altura da cimalha, o qual abrangia as ruas do Mafra, Barão do Amazonas e Conselho, construção que é desconhecida de muitos dos membros de hoje. Tempos depois a construção foi vendida e demolida, para no local ser construído o prédio nº 57; Pastor Carvalhosa, retirando-se para São Paulo deixou os membros da época desanimados, por não conseguirem completar aquela construção. Durante algum tempo os membros se reuniam em um prédio em Guarus para os trabalhos de Escola Dominical.
O pastor Carvalhosa recebeu por profissão de fé, durante o seu pastorado, 40 pessoas: Schneider recebeu 7; Porter, 6; Barbosa e Kolb, 2 cada um; Franklin, 40; Laudelino, 8; Louro, 10; Sillas, 10; Armando Ferreira, 14; e Benjamin Cesar, 114 (por profissão).
Texto adaptado do Livro Coleção Memórias Fluminenses, de Horácio Souza (editora Essentia) e do site da Igreja Presbiteriana de Parque Aurora.